sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Qual a vantagem de gravar em Mid/Side?

Já penso em ter controle total do estéreo da sua mix?

Quando a maioria das pessoas pensam em gravação estéreo, a primeira coisa que vem à mente é um par casado de microfones em (XY) padrão. Faz sentido, é claro, uma vez que esse é o caminho mais próximo para alcançar uma sonoridade estéreo.
Mas enquanto XY  é o método mais óbvio, o Mid-Side (MS) soa um pouco mais complexo, mas oferece algumas vantagens sobre a microfonação  padrão XY. Se você nunca ouviu falar de gravação MS, ou que você tenha tido medo de experimentá-lo, você está perdendo uma poderosa arma secreta  de gravação. Mid Side ou MS como é chamado no Brasil, A técnica MS lhe dá mais controle sobre a largura da propagação de som do que outras técnicas de gravação, e permite que você faça ajustes a qualquer momento após o término da gravação.O resultado é, um som com muita clareza e presença da ambiência.
Mid-Side não é um conceito novo. Ela foi idealizada pelo engenheiro EMI Alan Blumlein, um dos pioneiros do som estereofônico e surround. Blumlein patenteou a técnica em 1933 e é usado em algumas das primeiras gravações estereofônico.

A técnica MS além de muito usada nos estúdios é também uma técnica popular para gravação de concerto, e sua flexibilidade torná-la uma boa escolha para a gravação ao vivo.
A técnica de gravação de MS não é tão complicado. O conceito é que o microfone Mid atua como um canal central, enquanto o canal do microfone Side cria um ambiente (estéreo)  adicionando informações de ambos os lados.
O sinal de cada microfone é então registada a sua própria pista. No entanto, para ouvir uma imagem estéreo adequada ao ouvir a gravação, a faixa do SIDE precisa ser duplicada e uma delas colocada em fase.

Agora você tem três pistas de áudio uma Mid e duas Side - que devem ser equilibradas para recriar uma imagem estéreo. (Aqui é onde fica um pouco confuso.) 
Apesar de ter gravado apenas dois canais de áudio (centro e lateral), o próximo passo é dividir o sinal Side em dois canais separados (fazer uma cópia exata do canal SIDE), e inverter a fase de um deles. No pan iremos colocar uma das pistas pra esquerdo e a outra para a direita. O resultado é exatamente o estéreo da figura-8 "Side".
Se você não está um pouco confuso, aqui está a fórmula matemática real:
Mid + (+ Side) = canal esquerdo
Mid + (Side) = canal direito

Agora, se você ouvir apenas o canal Mid, você recebe um sinal mono. Coloque os dois canais side e você ouvirá um spread estéreo. Aqui está a parte muito legal, a largura do campo estéreo pode variar pela quantidade de pan (LR) na mistura!
Qual é a vantagem?   



Uma das maiores vantagens da gravação de MS é a flexibilidade que ela proporciona. Uma vez que a imagem do canal Mid é diretamente independente da quantidade de sinal vindo para os canais laterais (Side Estéreo), você tem o total controle de aumentar ou diminuir a proporção de Mid e Side dos canais. Isso irá criar um campo estéreo largo ou mais estreito, você quem decide. O resultado é que você tem o controle total da sua gravação estéreo, algo que seria impossível fazer com XY.


Espero ter ajudado vocês pessoal, um grande abraço e até a próxima....Abrasss "Noi-Z"
Fernando Vergel, músico baterista profissional e produtor musical no estúdio, Mid Side Studio em Indaiatuba - sp
Atua na area de produção Musical  Rap/Hip-Hop. Trabalhando com diversos grupos  de Rap como Decreto Verbal, Projetamente, Naip 9M, Suamys (Dueto Lapidado), entre outros.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Parâmetros de Um Compressor

Os parâmetros de um compressor.


Normalmente os compressores que usamos em Home Studio são copias de um analógico, sendo eles muitas das vezes um 1176 ou um LA-2A entre outros e que estão cada vez melhores, Muitos dizem que a importante diferença entre um compressor analógico e um plug-in, é que o analógico nunca vai ser exatamente como outro analógico, já no caso dos plug-in todos soam iguais.



Compressor 1176




Compressor  LA-2A


Parâmetros
♦ Threshhold
Esse é o nível de início de ação da compressão. Abaixo desse nível, todo o sinal permanecerá original. À partir desse nível, todo sinal que exceder, sofrerá a compressão, de acordo com os outros parâmetros a seguir.
Ex.: com um threshold em -10dB, todo sinal que estiver entre -10dB e 0dB será comprimido.

♦ Ratio
Essa é a proporção de ação da compressão.
A leitura se faz em X:1 (Valor pra um), onde X é a quantidade de compressão em dB, e o compressor permitirá a saída de 1/X do sinal que entrar.
Por exemplo, em uma taxa (Ratio) de 3:1 (três para um), em um Threshold de -10dB, à partir de -10dB, à cada 3dB do sinal que entrar, apenas 1dB sairá. Ou seja, se entre -10 e 0 passasse um sinal excedente de 6dB (até -4dB), o sinal excedente passará a ser de 2dB, considerando a razão:
Ratio: 3:1 (1/3)
Excedente (acima do threshold -10dB): 6dB
Saída: 1/3 * 6 = 2dB
Em alguns compressores esse parâmetro é fixo, devido ao tipo do compressor ou sua finalidade.
Exemplos: ART Levelar (fixo em 2.1:1), UA LA2A (lento) e UA LA3A (rápido).
♦ Atack
Esse parâmetro define a velocidade com que o Compressor entra em ação.
A definição se faz em milisegundos (ms), que é o tempo em que o compressor “espera” para começar a comprimir o sinal. Quanto menor o valor ajustado nesse parâmetro, mais rápida será a ação do compressor, à partir do momento em que o sinal chegar ao compressor, obedecendo os parâmetros acima.
Não existem valores predefinidos para se utilizar na compressão de diversos elementos, como voz, caixa, guitarra, etc., mas existem resultados desejados para cada música/álbum e obviamente isso deverá ser definido pelo engenheiro, com base em experimentação.
♦ Hold
A partir do momento em que o sinal fica abaixo do limite de ação (Threshold), o compressor para de atuar e entram em análise os dois próximos parâmetros, Hold e Release.
Em Hold, definimos o tempo em que o sinal continuará em compressão, ou seja, “segurado” pelo compressor.
♦ Release
Diferente de Hold, em Release definimos a velocidade com que o compressor deixará de comprimir, à partir do momento em que o nível de sinal ficar abaixo do limite (Threshold).
A ação de Release é gradual, ou seja, o sinal não deixa de ser comprimido de uma vez.
Assim sendo, um ajuste lento fará com que o sinal, mesmo abaixo do Threshold, volte lentamente ao nível normal, ao passo que um release rápido fará o sinal voltar ao seu nível mais rapidamente, porém de forma gradual, natural.
♦ Knee
Levando em conta os parâmetros acima, vimos que um compressor pode ser lento, com maior tempo de Atack ou rápido, com menor tempo de Atack, mas esse não é o único fator que define um shape de envelope¹ rápido.
De tradução “Joelho”, o parâmetro Knee define a curva de ação de compressão, desde uma curva suave (Soft Knee) e mais lenta, a uma curva mais rápida (Hard Knee).
Trabalhando em conjunto com Atack, o Knee permite um shape ideal da compressão do elemento, definindo por exemplo o punch seco de uma Caixa, à compressão suave de uma Voz.
♦ Side Chain / Ducking
♦ Side Chain / DuckingUma ferramenta muito útil em uma mixagem ou som ao vivo é o uso de Side Chain, criando um efeito conhecido como Ducking.
Ducking é um exemplo muito comum, encontrado nas programações de rádios, quando um locutor fala em cima de uma música de fundo e o nível dessa música sobe ou desce, de acordo com a locução, ou seja, quando o locutor fala, a música abaixa imediatamente e retorna ao nível anterior quando a locução cessa.
Como vimos acima, o compressor, em “estado normal” utiliza o Threshold do sinal que entra, como um gatilho para iniciar/parar a ação de compressão de um sinal.
O caso do uso de SD, utilizando a conexão “SD Input” (pode variar de um modelo para outro), um sinal é enviado ao compressor e esse é o sinal que passa a ser interpretado pelo Threshold para que o compressor decida quando iniciar/parar a compressão.
Vamos tomar como exemplo uma mixagem (estúdio/live) em que instrumentos harmônicos (piano, violão, guitarra, etc.), passem por um bus que tenha um compressor leve (1.4:1) e rápido, “armado” para SD e recebendo o sinal do bus da Voz. Cada vez que a Voz entrar na música, todos os instrumentos em SD sofrerão uma compressão de 1.4 (de acordo com os outros parâmetros definidos), baixando o nível de todos os instrumentos envolvidos e abrindo espaço para que a Voz se acomode tranquilamente no espectro, sem prejudicar o nível geral da mixagem.
O mesmo pode ser aplicado para instrumentos em Solo, como guitarra, piano, trompete, etc.
Nem todos os modelos de compressores, sejam hardwares ou plugins, possuem a funcionalidade Side Chain.
Essa técnica uso muito e quase sempre em minhas mixagens de Rap/HipHop, já que o forte nesse estilo é o bumbo bem marcante e pesado na maioria das vezes, uso o Side Chain aplicado no baixo para que não conflite com o bumbo já que os dois trabalham na mesma frequência de 60Hz a 80Hz.
Obrigado pessoal, espero poder ter ajudado vocês de alguma forma, um grande abraço e até a próxima..."Nói-Z".
Fernando Vergel, músico baterista profissional e produtor musical no estúdio, Mid Side Studio em Indaiatuba - sp
Atua na area de produção Musical  Rap/Hip-Hop. Trabalhando com diversos grupos  de Rap como Decreto Verbal, Projetamente, Naip 9M, Suamys (Dueto Lapidado), entre outros.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Compressão Paralela (NY COMPRESSION)

Compressão paralela, também chamada de “New york compression”, é uma técnica de compressão dinâmica bem conhecida nos dias de hoje, vamos aprender um pouco sobre ela.
A compressão paralela é feita somando um sinal não processado, com um canal auxiliar bem  comprimido (over comrpessed) do mesmo sinal,  reduzindo os transientes com o compressor no canal auxiliar.  Quais os resultados desta técnica?
A soma destes dois canais terá um resultado com maior volume de médio (RMS) e um som mais “encorpado”.
Ai vem a pergunta; "E SE EU COMPRIMIR SOMENTE A TRACK, TEREI O MESMO RESULTADO?
Não, porque nesse caso da Compressão Paralela, você tem uma soma de um canal somado com a massa sonora  da track original...(Mais volume sem alterar o dB do seu canal master da sua mix).
Com essa técnica você mantêm os transientes da sua track "original" somada com o canal auxiliar da compressão paralela. O resultado é, um som com muito mais "pressão, volume e punch"
 Você pode aplicar essa técnica praticamente em toda sua mix. Gosto de trabalhar usando sempre ela em todos os instrumentos, em alguns elementos como: pratos, tons, overs e chimbau, tiro um pouco do sinal do Bus, para que não soe tudo no "centro" da minha mix...Uma das coisas muito importante da compressão paralela, ou NY Compression, é você fazer as mandadas sempre em Pré Fader e não Pós fader. Em Pré fader podemos mexer no volume do Bumbo por exemplo, que não vai interferir na mandada de sinal do meu Bus, (tenho o volume individual de cada um, independente um do outro quando é Pré Fader).



repare no valor de ratio e threshold elevados e o Attack em 0.0ms 

Faça a mandada Pré-Fader da sua mix para o canal auxiliar  (Enviar todos os tracks desejados para o canal auxiliar (Bus) que "sofrerá" a compressão paralela).


Misture os dois sinais e veja o resultado


Um abraço...Até a próxima....

Fernando Vergel, músico baterista profissional e produtor musical no estúdio, Mid Side Studio em Indaiatuba - sp
Atua na area de produção Musical  Rap/Hip-Hop. Trabalhando com diversos grupos  de Rap como Decreto Verbal, Projetamente, Naip 9M, Suamys (Dueto Lapidado), entre outros.